Pensar estrategicamente, a escolha é sua!
ArtigosEstamos vivenciando um momento de grandes mudanças no cenário mundial.
A diminuição na taxa de crescimento e realinhamento na China leva a redução no preço das “commodities”, entre elas o petróleo e o aço, alterando o peso dos países no comércio internacional, causando impacto no investimento e fluxo de capital para os mercados emergentes e economias em desenvolvimento. Este realinhamento, somado a fatores não econômicos ou financeiros, incluindo tensões geopolíticas e desarranjos políticos, provoca um alto nível de incerteza e frágil crescimento global.
As economias dos mercados emergentes foram as engrenagens do crescimento mundial durante a primeira década deste novo século, principalmente após a crise de 2008. Mas, o cenário mudou. A taxa de crescimento das economias emergentes tem declinado desde 2010. A economia mundial vai necessitar se adaptar a um novo período de crescimento modesto das grandes economias emergentes, caracterizado pelo baixo custo e estabilização dos preços das “commodities” e redução do fluxo de capital, o que já podemos observar na retração simultânea das quatro principais economias emergentes – Brasil, Rússia, África do Sul e o realinhamento na China. As economias em desenvolvimento ainda correm o risco do impacto negativo se os Estados Unidos decidirem pela elevação da taxa de juros.
A saída do Reino Unido do bloco econômico da União Europeia certamente trará impactos, maiores ou menores, dependendo da forma como for negociada e conduzida. Oportunidades também surgirão.
Somado a este cenário mundial, ainda vivemos no Brasil uma crise econômica, política e moral. Os alicerces macroeconômicos desequilibrados – déficit fiscal, inflação, alta taxa de desemprego, baixa confiança do consumidor e dos empresários, juros altos, dívida pública crescente, para citar alguns pontos importantes. Estamos no meio de um processo de “impeachment” com uma estrutura político-partidária que não atende as necessidades do país. Soma-se a isto a corrupção sistêmica. Assustador!
Hoje vivemos um cenário realmente desafiador, que foge do nosso campo de controle e atuação no âmbito da empresa. Podemos e devemos agir sobre este cenário quando atuamos como cidadãos, participantes da sociedade ou exercendo nossos direitos de eleitores. Mas, como empresa, no papel de empresários ou com as responsabilidades de executivos, existem duas escolhas:
- Cruzar os braços, de forma passiva, simplesmente reduzindo a produção e custos para se ajustar à demanda; ou
- Pensar estrategicamente, se estruturando para enfrentar as condições atuais, mas de forma inovadora, olhando as oportunidades do futuro, se preparando para aproveitá-las de imediato, com o controle da situação, com segurança e competitividade.
A escolha é: ficar a mercê de uma situação que é geral, afeta todo o mercado, de forma passiva e sem controle ou, neste cenário que afeta a todos da mesma forma, tomar as rédeas do seu futuro, potencializar os diferenciais e vantagens competitivas e se preparar para tirar o melhor proveito das oportunidades que logo surgirão? O que você quer para a empresa?
A escolha é sua!
Israel H. S. Feferman
Sócio-Fundador e Diretor
Consideal Consultoria Ltda.
Fontes: (1) Consideal Consultoria Ltda. www.consideal.com.br (2) International Monetary Fund. 2016. World Economic Outlook.